Um exemplo paradigmático foi Zumbi, no Brasil. Muito jovem, assumiu o mando do quilombo dos Palmares – formado ao final do século XVI por escravos fugidos em uma zona distante, na mata do atual estado de Alagoas – desde onde conduziu a resistência contra numerosas investidas do exército colonial e de grupos mercenários.
Na região dominada pelos escravos fugidos existiam vários povoados em meio à mata. O maior deles era uma vila batizada de Macaco, com cerca de mil e quinhentas casas e mais de oito mil habitantes, que se dedicavam à agricultura de subsistência e à metalurgia rudimentar.
Sob o comando de Zumbi, os "palmarinos" se organizaram para realizar ataques-surpresa às enormes plantações de cana de açúcar e libertar mais escravos, que fugiam em direção ao quilombo de Palmares levando as ferramentas de trabalho de seus antigos donos.
No dia 20 de novembro de 1695, Zumbi morreu em um combate desigual, no entanto grupos armados resistiram na região até 1730.
A revolução de 1791, protagonizada pelos escravos haitianos sob a direção de Toussaint Louverture, não apenas marcou a independência da nação caribenha – a primeira a se emancipar da dominação colonial européia no hemisfério ocidental – mas também foi ponto de partida para as guerras de independência na América Latina e no Caribe.
Em 1834, a Grã-Bretanha, pioneira na Revolução Industrial, não estava interessada no tráfico de escravos e declarou-o ilegal, proibindo a escravidão em suas colônias da América e da África. No entanto, a aceitação a esta proibição encontrou tenaz resistência nas colônias dominadas pelos europeus.
O rechaço à norma britânica pelos donos de plantações, que se beneficiavam do trabalho escravo, fez com que sua aplicação efetiva não se desse de imediato e a escravidão continuou em numerosos países durante varias décadas ao longo do século XIX.
A Coroa britânica estabeleceu, inclusive, uma base naval na baía de Freetown, na sua colônia africana de Serra Leoa, para perseguir os aqueles que violassem a decisão de Londres.
Mas nada poderia deter o curso da história, apesar da oposição dos escravistas. Não sem a luta e as pressões dos abolicionistas, progressivamente o infame flagelo da escravidão foi abolido nas nações da América e do Caribe.
Monumentos em homenagem à rebeldia escrava, considerada precursora da independência da América, foram erguidos em vários países.
No Brasil, a primeira nação a receber escravos, no século XVI, e a última a abolir a escravidão, em 13 de maio de 1888, no dia 20 de novembro de cada ano presta-se homenagem a Zumbi, símbolo dos africanos escravizados, tendo sido erguido um busto de bronze em sua honra na cidade do Rio de Janeiro.
*Jornalista cubano, especializado em política internacional, foi correspondente em vários países africanos.
arb/rcw/cc
Criada em Goiás associação de solidariedade a Cuba
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*Thaís Falone, vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) |
Foto:Vinícius Schmidt Santos *
Por Sturt Silva
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