Tegucigalpa, 4 dez (Prensa Latina)
A Frente Nacional contra o golpe de Estado de Honduras anunciou que este fim de semana realizará uma assembleia para analisar sua estratégia na batalha pela restituição da democracia.
O coordenador geral dessa aliança de forças sociais e políticas, Juan Barahona, ratificou que continuarão a luta para conseguir a restituição da ordem constitucional e do presidente legítimo, Manuel Zelaya.
Agregou que o outro objetivo irrenunciável para o movimento antigolpista é a convocação de uma assembleia nacional constituinte que abra o caminho às mudanças necessárias para a refundação de Honduras.
Barahona reiterou a rejeição da Frente às eleições do domingo passado e o desconhecimento de seus resultados, ao qualificar de vitória popular os altos níveis de abstenção, comprovados pelos ativistas da Frente.
Zelaya, que encontra-se desde o passado 21 de setembro na embaixada do Brasil, depois de seu regresso clandestino ao país, expressou também que continuará a luta para conseguir a democratização de Honduras.
O estadista confirmou sua intenção de impugnar as eleições, que denunciou como ilegais por sua realização sob um regime de facto e uma farsa para "branquear" o golpe militar do passado 28 de junho.
Enquanto isso, o candidato presidencial Porfirio Lobo, ainda que sem ser proclamado ganhador pelo Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), anunciou para hoje o início de um diálogo com setores que apoiaram a ação militar.
Segundo dados publicados a conta gotas pelo TSE, Lobo contará com uma ampla maioria no congresso de seu partido, o Nacional, ao que se atribui também o triunfo em 252 das 298 prefeituras do país.
Esse agrupamento de direita respaldou o golpe militar e o governo de facto que encabeça Roberto Micheletti, do dividido Partido Liberal, cujas forças antigolpistas lidera Zelaya.
Em Washington, a Organização dos Estados Americanos (OEA) efetuará nesta sexta-feira uma reunião de seu Conselho Permanente para analisar a crise em Honduras.
A OEA condenou no dia 4 de julho passado o golpe e exigiu por unanimidade a volta "imediata e segura" de Zelaya ao cargo, mas depois os Estados Unidos propôs o presidente da Costa Rica, Oscar Arias, como mediador para o conflito.
Arias propiciou um lento processo de negociações sobre um plano para a volta condicionada de Zelaya à presidência, que finalmente fracassou nesta semana.
Não obstante, da mesma forma que os Estados Unidos, Arias realiza uma intensa campanha internacional a favor do reconhecimento das eleições do domingo passado e do próximo governo.
Segundo relatórios recebidos em Tegucigalpa, a maioria dos governos da região anunciaram que não reconhecerão as eleições nem seus resultados, por isso se descarta que a OEA consiga consenso em torno do tema.
asg/rl/es
Criada em Goiás associação de solidariedade a Cuba
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