terça-feira, 1 de dezembro de 2009

América Latina ratifica em Estoril ilegalidade de eleições hondurenhas

Estoril, Portugal, 1 dez (Prensa Latina)



Os países membros da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (ALBA) ratificaram hoje aqui sua condenação às eleições celebradas no domingo passado em Honduras sob um governo de facto.



Em um comunicado difundido neste balneário português, sede da XIX Cúpula Íbero-americana de chefes de Estado e de governo, a ALBA chamou as 22 nações presentes neste fórum regional a desconhecer o processo eleitoral no país centro-americano.



As eleições não podem ser aprovadas pela comunidade internacional, uma vez que seu reconhecimento legitimaria o golpe de Estado militar perpetrado em 28 de junho último em conivência com dirigentes políticos, reza o texto.



Na opinião do bloco, integrado entre outros por Bolívia, Cuba, Venezuela, Equador, Nicarágua e Honduras, abençoar o chamado às urnas realizado pela ditadura estabelecida nessa última nação constitui um duro revés aos valores democráticos para a América Latina e o Caribe.



Essa ação militar manifestou o início de uma ofensiva neocolonial por parte do governo dos Estados Unidos e das oligarquias nacionais latino-americanas, destinada a recuperar espaços na região frente o progressista e incontrolável avanço político de nossos povos, adverte.



A ALBA apoia os gerenciamentos empreendidos pelo povo e pelo governo constitucional hondurenho de Manuel Zelaya diante das instâncias jurídicas internacionais para colocar no banco dos acusados os autores intelectuais e materiais do golpe, agrega.



Apenas o restabelecimento pleno do regime democrático, mediante a imediata e incondicional restituição do presidente Zelaya, porá fim à grave violação dos direitos humanos e à suspensão de garantias e liberdades públicas, sublinha a Aliança Bolivariana.



Defende, ademais, o fim da brutal repressão e das mortes que sofre o povo hondurenho, e pela abertura dos meios de comunicação fechados pelos golpistas diante das denúncias permanentes do regime usurpador.



Os governos da ALBA alertam a comunidade íbero-americana que reconhecer estas eleições ilegítimas constituiria um nefasto precedente, o que poria em risco a estabilidade e a existência das democracias da América Latina, do Caribe e do mundo.



A situação política em Honduras centrou os debates da décima nona edição do fórum regional, que concluirá nesta terça-feira nesta localidade, distante 25 quilômetros de Lisboa, com a aprovação da Declaração de Estoril sobre Inovação e Conhecimento.



ocs/edu/es

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