sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

OTAN admite fracasso no Afeganistão

Bruxelas, 4 dez (Prensa Latina)



O secretário geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Anders Fogh Rasmussen, admitiu hoje que 2009 foi um ano difícil e letal para as forças de ocupação no Afeganistão.



É a primeira vez que o contingente invasor reconhece publicamente seus fracassos, pronosticada antes por analistas e políticos.



Esta crítica situação obrigou o anúncio do envio urgente de 34 mil efetivos como reforço para reverter as vitórias da resistência que controlam 11 das 34 províncias afegãs.



Durante sua intervenção na reunião de ministros de Assuntos Exteriores da OTAN com os países não aliados com tropas alojadas na nação centro-asiática, Rasmussen afirmou que o processo político no Afeganistão não respondeu às expectativas ocidentais nem às do povo afegão.



Não obstante, assegurou que os debates e as decisões adotadas hoje permitirão esboçar uma nova fase da missão, de maneira que em 2010 a OTAN contará com "muito mais forças sobre o terreno".



Ao referir-se ao que qualifica de "nova estratégia", Rasmussen confirmou o início da transição da segurança do país às forças afegãs para o próximo ano.



Para isso, detalhou, o Afeganistão já conta com 180 mil homens treinados, cifra que deverá aumentar nos meses seguintes.



Insistiu em que o governo afegão terá que "respeitar firmemente os compromissos adquiridos para melhorar a governabilidade do país e lutar contra a corrupção de maneira que a população apoie os dirigentes eleitos".



O chefe da aliança transatlântica reconheceu que "não há nem remédios nem soluções mágicas" e ainda será preciso "mais tempo, compromisso e paciência para conseguir o objetivo comum".



Agregou que o "Afeganistão terá um efeito direto sobre nossa própria segurança", o que meios de comunicação asseguram que é o pretexto da invasão.



O chefe da diplomacia britânica, David Miliband, afirmou que os aliados enfrentam um momento decisivo no Afeganistão por isso todos os governos deveriam se perguntar se fazem "o máximo possível".



Enquanto isso, o ministro francês de Exterior, Bernard Kouchner, reiterou que seu país não pretende oferecer mais efetivos, pois "não é o número de tropas o que conta, são as missões".



Na reunião encontrava-se presente também a chefe da diplomacia estadunidense, Hillary Clinton.



ocs/npg/es

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