terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Cúpula de Estoril termina ameaçada por divergências

Por Luis Enrique González, enviado especial



OVER OVER Estoril, Portugal, 1 dez (Prensa Latina)


 A XIX Cúpula Íbero-americana termina hoje neste balneário português com a assinatura dos documentos tradicionais e ameaçada por evidentes divergências no interior deste mecanismo.



A rubrica por parte dos dignatários da Declaração de Estoril, do plano de ação e de outros pronunciamentos especiais em pouco se diferencia das 18 edições anteriores desta reunião, onde confluem as 19 nações latino-americanas, Espanha, Portugal e Andorra.



A partir do tema central proposto pelos anfitriões, a reunião tentou centrar os debates na Inovação e no Conhecimento, um tema substanciado nas ideias básicas do documento final e reforçado pela anunciada criação do programa comum Íbero-américa Inova.



Ainda que o Secretário Geral Íbero-americano, Enrique Iglesias, mostrou-se otimista depois da primeira sessão dos presidentes, o centro da discórdia é Honduras, nação centro-americana onde se celebraram eleições sob um governo de facto.



Os dignatários têm a frente sim o desafio de cumprir no hotel Cascais Miragem deste balneário, a 25 quilômetros a oeste de Lisboa, um intenso programa para tentar atingir um consenso que acabe com o fantasma da divisão.



Em breves declarações à imprensa ao término dos debates, Iglesias confirmou que ainda não puderam conciliar as diferentes posições em torno do caso hondurenho.



A comunidade iberoamericana coincide em condenar o golpe de Estado que em junho passado derrocou o presidente constitucional dessa nação centro-americana, Manuel Zelaya.



Porém, enquanto um grupo maioritário de países considera ilegítimas as eleições gerais do domingo, outros apostam por utilizar as eleições para um possível restabelecimento do sistema democrático.



Um dos sinais positivos da XIX Cúpula Íbero-americana foi a ratificação do projeto para potencializar a cooperação Sul-Sul, não só entre as nações membros, mas também com países de outras regiões do planeta necessitados de colaboração para o desenvolvimento.



Outro ponto pendente para esta terça-feira na agenda dos dignatários é o relacionado com a possível adoção de uma postura comum para a convocada Cúpula sobre Mudança Climática em Copenhague.



A denúncia de Cuba e outras nações sobre a ameaça da doutrina militar agressiva dos Estados Unidos foi outro dos temas tratados, em especial a instalação de sete bases na Colômbia.



Várias são as divergências que persistem e pouco o tempo disponível, apenas uma sessão de trabalho para superá-las, motivo pelo qual Estoril fixaria de forma adiantada vários pontos na agenda da argentina Mar del Plata, sede do encontro de 2010.



asg/leg/es

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